de partida...

... a morte,

desde há muito que a tenho por perto,

receio, medo, desconhecida.

Sentimento confuso,

da dor que penetra,

sem ferida.

... a morte,

paira no espaço vazio das nossas vidas.



Escrito, em Dezembro de 2006, depois de ter lido 'O ano do pensamento mágico' de Joan Didion, regressei a este livro, muito bom, depois de ter visto a peça de teatro com a actriz Eunice Muñoz. O tema é a morte no momento mais inesperado e a alteração de vida que provoca em quem fica.

O sentimento de perda corroi de forma bruta, destrutiva e toma conta da nossa vontade. Todos os dias vemos pessoas que partem, pessoas que ficam, espaços em branco no percurso outrora preenchido a dois ou em grupo de amigos. Os gestos, o olhar, o sorrir são perdidos e instalam-se na nossa memória, celebramos essas recordações? claro que sim, mas a perda reside eternamente.

Quem parte nao deixa tristeza se nos amou ou foi amado quando esteve, quem parte leva um pouco de nós e deixa um pouco de si que nos vai acalentando para outras perdas. Mas quando sentimos a solidão das rotinas queremos entender como se instalaram e a razão de agora nos fazerem falta, mesmo as mais simples e subtis.

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