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A mostrar mensagens de junho, 2017
a estúpida da gata só traz bichos, para junto da porta não basta ter a vida torta, agora até ouriços como não soubesse que tenho picos na casa, na alma, nos caminhos   a estúpida da gata levou os ratos, eram companhia no escuro em que perduro. agora, silêncio profundo como se não soubesse o fundo da vida, da memória , de rastos   a estúpida da gata apanha cobras e lagartos, que me atormentam e acompanham. no desespero, na ignorância de estar perto da distância de ficar quando parto   a estúpida da gata não traz, o coração de quem partiu de quem desistiu e deixou a solidão que em mim se faz   in Pensamentos, Rui E. Horta  
    Dei-te um tiro, depois de teres dito que não querias mais nada comigo. A seguir? Recostei-me. E foi um vazio. Nada mais tinha do que uma profunda distância. Uma ausência de mim. Sim, de mim. Pois não sabia mais pelo que lutar. Quando não me querias, a ilusão existia ao lado. E a desilusão a minha linha infinita. Dei-te um tiro, depois de teres dito para ir embora.   Como podia fazer sem te levar? Tinhas de vir também. No meu querer, no meu desejo. Por isso dei-te um tiro e recostei-me... Fumei um cigarro. Foi um tiro bem dado Precisava tanto de um cigarro...   in Pensamentos, de Rui E. Horta    
No início de noite clara O teu corpo foi uma descoberta Estilhaços de uma vida Desconhecida Inquieta   No início de noite clara O teu corpo é uma janela Abraços de maresia Envolvente Quente   Uma brisa de intensa luz Clareia uma cama revolta Implodem segredos Morrem tormentos Num silêncio que volta Numa vida em contraluz   No início de uma noite clara O teu corpo é o meu abrigo onde nada existe e de nada se desiste   No início de uma noite clara O teu corpo é uma infinita vontade Onde me perco Onde te ganho