trigo por ceifar...

Fecho-me neste corpo
que é a minha cidade.

Fria…

As histórias atropelam-se na minha memória
que se confunde com o voo do tempo.

Imutável…

Desde que o por do sol é visto
no espelho do quarto.

Aguardo…

Por nada que me aconteça que não seja acabar

Sinto…

O inicio do fim como infinito.

Imolo os pensamentos do futuro
E aquieto-me no desespero.


Palavras recolhidas após uma entrevista a uma idosa acamada há mais de dez anos. E após mais uns quantos idosos encontrados, sem vida, nas suas casas, elas também sem vida, no inicio deste ano. Confunde-se solidão com isolamento. Confunde-se uma sociedade generosa com uma sociedade cheia de hipocrisia.
Ao ver esta entrevista lembro-me de um poema da Sophia de Mello Breyner Andersen, in Alentejo não tem Sombra, Antologia de Poesia Moderna sobre o Alentejo. Ed ASA

Cortaram os trigos. Agora
A minha solidão vê-se melhor

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